por Paulo Lima*

Paulo Afonso, outrora aclamada como a “capital da energia” pela presença imponente de quatro usinas no complexo hidroelétrico da Chesf, parece agora uma ironia cruel aos seus próprios habitantes. O esplendor que um dia foi símbolo de progresso e desenvolvimento se desvanece diante da realidade de uma cidade mal preparada para atender às necessidades básicas de energia de sua população.

Ontem, dia 11 de fevereiro, em pleno Carnaval, Paulo Afonso mergulhou em uma escuridão inoportuna, com cerca de 80% da cidade às escuras. O caos se instalou, interrompendo a alegria festiva com a falta de um serviço essencial: o fornecimento de energia elétrica. O que era para ser um período de celebração transformou-se em horas de inconvenientes e transtornos, à medida que os habitantes se viram às voltas com a escuridão imposta pela incompetência das autoridades responsáveis.

Não bastasse a falha sistêmica da Chesf, a concessionária de energia, Coelba, também compartilha o fardo da incapacidade de antever e resolver os problemas recorrentes de falta de energia em Paulo Afonso. O descompasso entre a promessa de abundância energética e a realidade de apagões frequentes é uma afronta à população, que sofre com a imprevisibilidade e a falta de confiabilidade no serviço essencial.

O impacto dessas interrupções vai além do mero desconforto. A falta de energia comprometeu até mesmo o abastecimento de água no centro da cidade, evidenciando a cascata de consequências que se desencadeiam a partir de uma infraestrutura energética precária. A bomba da Embasa, vital para garantir o acesso à água potável, foi silenciada pela mesma escuridão que envolveu as ruas de Paulo Afonso.

Diante desse cenário desolador, é imperativo que as autoridades responsáveis sejam responsabilizadas por sua negligência. A população de Paulo Afonso não merece ser refém de uma realidade distante da promessa de prosperidade energética que um dia lhe foi vendida. É hora de exigir prestação de contas e investimentos concretos na modernização e melhoria da infraestrutura elétrica da cidade.

Paulo Afonso, a antítese da capital da energia, clama por uma transformação urgente. Chega de ser palco de apagões e descontentamento. É tempo de trazer luz à cidade que um dia foi símbolo de potência energética.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.